Ciclo “Pérolas”

09.08 02.10

Cinema Medeia Nimas - Lisboa

Há filmes assim, pérolas fulgindo no escuro, imagens fulgurantes que transmudam o mundo, e como faíscas ficam a dançar na nossa memória. Começam por deixar-nos freneticamente suspensos, desarrumam-nos o silêncio, respiramos dentro da sua luz. E com eles construímos, devagarosamente, um lugar de paixão, que nos ilumina os dias e as noites.


É uma “pearl jam” de 12 filmes que nos arrebatam, que vai de A Condessa Descalça (1954) de Mankiewicz [obra de fulgurante beleza, que na altura um reputado crítico inglês classificou de Higher Lunacy], ao prodigioso Malmkrog (2020), de Cristi Puiu, passando por An Affair to Remember, de Leo McCarey, a quintessência do melodrama, em scope e a cores, O Amor Louco de Rivette, uma das mais belas obras da Nouvelle Vague, como disse Truffaut, La Maman et la putain, de Eustache, um dos melhores filmes franceses de sempre, O Bobo, obra-prima de José Álvaro Morais, Leopardo de Ouro em Locarno, O Rei das Rosas, de Schroeter, rodado em Sintra, tal como Cosmos, genial adaptação do romance de Gombrowicz por Zulawaski. E ainda pérolas de Chantal Akerman, Theo Angelopoulos, Víctor Erice e Emir Kusturica.


[com uma vénia a Herberto Helder, a quem fomos beber o texto em itálico]