-
22.01.2025
quarta-feira
-
- 19:00 *
* Conversa com Clara Rowland e José Bértolo
A Luxúria
de Jacques Demy
com Jean Desailly, Micheline Presle, Laurent Terzieff, Jean-Louis Trintignant
- La Luxure |
- 14 min |
- M/12 | Cópia Restaurada |
- 1962 |
- estreia 16.01.2025
sinopse
Jacques e Bernard, artistas, discutem o significado da luxúria enquanto observam reproduções do quadro O Jardim das Delícias Terrenas, de Hieronymus Bosch, e olham para as mulheres que passam por si. Um deles lembra-se da sua juventude, quando confundia luxúria com luxo. Esta curta-metragem faz parte de um filme colectivo sobre os sete pecados capitais, realizado com outros nomes da Nouvelle Vague, como Jean-Luc Godard e Claude Chabrol.
biografia do realizador
Jacques Demy nasceu em Pontchâteau, Nantes, em 1931. Desde muito novo, a mãe encorajou nele um profundo gosto por espectáculos de marionetas que, a dada altura, o próprio começou a encenar em casa para a sua família e amigos. Anos mais tarde, descobriu o cinema de animação e os tempos livres da sua adolescência foram passados a fazer filmes animados. Estas paixões levaram-no a continuar os seus estudos na ETPC (École Technique de Photographie et de Cinématographie) em Paris. Depois de terminar o curso e realizar alguns filmes publicitários, realizou, em 1956, o documentário O Tamanqueiro do Vale do Loire, a sua primeira curta-metragem. Cinco anos depois, realizou a sua primeira longa-metragem, Lola, considerada uma das suas obras-primas. Foi também a primeira vez que trabalhou com Michel Legrand, responsável pelos momentos musicais e decisivo colaborador nas suas obras seguintes. Seria três anos mais tarde, com o musical Os Chapéus de Chuva de Cherburgo (filme que lhe valeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes), que o estilo distinto de Demy se afirmaria em pleno, com cenários marcados pela combinação de pastéis com cores primárias vibrantes e com uma banda sonora hipnotizante e memorável, num mundo encantado e “em-cantado” (como lhe chamou o próprio Demy). A construção destes mundos encantados caracterizou os seus filmes seguintes, como As Donzelas de Rochefort (1968), outra das suas obras cimeiras, A Princesa com Pele de Burro (1970), O Tocador de Flauta (1972) e Um Quarto na Cidade (1982). Ao longo da carreira, a sua imaginação poética criou um universo próprio, situado entre o sonho e a realidade, com uma forte geografia afectiva marcada por encontros e desencontros, amor dado e negado, sonhos concretizados e sacrificados.
ficha técnica
Jean Desailly, Micheline Presle, Laurent Terzieff, Jean-Louis Trintignant
Argumento: Jacques Demy, Roger Peyrefitte
Direcção de Fotografia: Henri Decae
Montagem: Jean Feyte
Produção: Joseph Bercholz
Distribuição: Leopardo Filmes