O direito a pertencer em A HISTÓRIA DE SOULEYMANE, a estreia da semana e já um dos filmes do ano
Estreia hoje nos cinemas Medeia A HISTÓRIA DE SOULEYMANE, de Boris Lojkine, um filme marcado pela actuação do seu protagonista Abou Sangare, um actor não-profissional no seu primeiro papel, altamente elogiado e vencedor do Prémio de Melhor Interpretação na secção Un Certain Regard e Melhor Actor nos European Film Awards.
Estreia hoje nos cinemas Medeia A HISTÓRIA DE SOULEYMANE, de Boris Lojkine, um filme marcado pela actuação do seu protagonista Abou Sangare, um actor não-profissional no seu primeiro papel, altamente elogiado e vencedor do Prémio de Melhor Interpretação na secção Un Certain Regard e Melhor Actor nos European Film Awards.
O enredo acompanha o dia-a-dia de Souleymane, um imigrante africano em Paris que passa os seus dias a trabalhar como estafeta de comida e dorme todas as noites em centros de apoio a sem-abrigos. Esta simples premissa seria o suficiente para contar uma história muito presente no nosso quotidiano, mas Lojkine eleva a fasquia situando a acção durante os dois dias que antecedem a entrevista que decidirá a legalização do estatuto de imigrante do protagonista, ilustrando as tensões e dificuldades que esta comporta.
Sangare, mecânico de profissão, encontra-se na mesma situação que Souleymane – preso num ciclo de vistos temporários, à espera de ser aceite no país onde habita há mais de sete anos.
O filme, que será capa do Ípsilon, o suplemento de artes do Público, foi considerado por Vasco Câmara como «um dos primeiros grandes títulos de 2025». No Diário de Notícias, João Lopes escreve: «Lojkine filma o seu anti-herói com uma câmara tão precisa quanto ágil, num estilo “quase” documental» e que o realizador é «um observador apaixonado das singularidades de cada ser humano e, nessa medida, do seu lugar na história colectiva.» No Jornal de Notícias, João Antunes escreve que o filme «oferece, em primeiro lugar, um poderoso retrato humano». Na revista Visão, Manuel Halpern escreve: «Uma câmara de proximidade que nos permite vestir a pele do outro e nos confronta com as nuances do nosso próprio mundo.» Paulo Portugal, para a Esquerda.net, escreveu: «Mesmo que este não seja um cinema de resposta, será, talvez, um convite a olhar para as pessoas reais. Neste sentido, já um dos filmes do ano.»