POETA, o premiado filme de Darezhan Omirbayev, estreia-se em Portugal a 15 de Dezembro

No Le Monde, Mathieu Macheret considerou-o um dos “mais belos filmes da Berlinale”, acrescentando: "o seu jovem herói, um poeta perdido numa época demasiado prosaica, colocava ao festival alemão uma questão muito importante: qual é hoje a nossa relação com a beleza?”

Muitos críticos incluíram Poeta nas suas listas dos 10 melhores filmes do ano de 2022.

POETA
Isabelle Huppert
O cinema é um planeta onde por vezes descobrimos continentes e terras distantes. Não conheço o Cazaquistão. Mas descobri há muitos anos Darezhan Omirbayev através do seu maravilhoso Kairat e, mais tarde, com Killer. Omirbayev permaneceu em suspenso num canto da minha memória durante anos. Até ao dia em que, como presidente do júri do Festival de Cinema de Tóquio, descobri uma pedra preciosa chamada Poeta. Uma história longínqua de um país longínquo, que era ainda mais fascinante para mim porque me prendeu de imediato. E essa história tornou-se minha. A poesia não tem fronteiras. O passado que está atrás do nosso presente, os caminhos que levam ao lugar onde estamos agora – todos convergem. Este abrupto andar para a frente e para trás entre o passado e o presente, esta justaposição audaz, extingue as fronteiras do tempo, tornando presente o passado e dando um futuro ao presente. Um futuro no qual uma língua, a coisa mais bela que a nossa civilização nos deu, pode desaparecer. Omirbayev pergunta o que nos restaria se já não tivéssemos palavras para as nossas alegrias e para a nossa dor. E convida-nos a entrar no seu mundo, onde a nossa imaginação deambula livremente entre os décors e o plateau, ao mesmo tempo cheio e vazio, sob essa luz misteriosa.  A magia do cinema leva-nos para muito longe e mantêm-nos perto uns dos outros. Este é o milagre que Omirbayev faz em Poeta. Omirbayev e o seu Poeta fazem agora parte do meu planeta imaginário, onde todas as minhas memórias de espectadora de cinema se reúnem.

Darezhan Omirbayev também escreve poesia, sobretudo haikus. Seguem alguns exemplos, traduzidos a partir das versões inglesas publicadas no livro Darezhan Omirbayev, uma publicação da Viennale – Viena International Film Festival, com edição de James Lattimer e Eva Sangiorgi.

Em exibição nas salas:

15 de Dezembro, Cinema Medeia Nimas, Lisboa

22 de Dezembro, Teatro Campo Alegre, Porto
26 de Dezembro, Theatro Circo de Braga
6 de Janeiro, CAE da Figueira da Foz
9 de Janeiro, TAGV, Coimbra
18 de Janeiro, Auditório Soror Mariana, Évora
(em actualização)