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22.01.2025
quarta-feira
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- 12:45
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19.02.2025
quarta-feira
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- 13:00
com Jeanne Moreau, Claude Mann, Paul Guers, Henri Nassiet
“Queria desmontar e demonstrar o mecanismo de uma paixão. Podia ser o álcool ou as drogas, por exemplo. Não era o jogo em si.»
– Jacques Demy
Jean, um jovem bancário em Paris, vai pela primeira vez a um casino e vê uma jogadora ser expulsa. Depois de ganhar muito dinheiro, muda-se para Nice, onde reencontra a mesma mulher, Jackie. Há paixão e fascínio entre os dois. Sentirão isso um pelo outro, ou pelo jogo? Os dois passam a viver juntos na Riviera, sempre a jogar nos casinos e alternando ganhos e perdas, dominados pela fantasia do jogo.
Jacques Demy nasceu em Pontchâteau, Nantes, em 1931. Desde muito novo, a mãe encorajou nele um profundo gosto por espectáculos de marionetas que, a dada altura, o próprio começou a encenar em casa para a sua família e amigos. Anos mais tarde, descobriu o cinema de animação e os tempos livres da sua adolescência foram passados a fazer filmes animados. Estas paixões levaram-no a continuar os seus estudos na ETPC (École Technique de Photographie et de Cinématographie) em Paris. Depois de terminar o curso e realizar alguns filmes publicitários, realizou, em 1956, o documentário O Tamanqueiro do Vale do Loire, a sua primeira curta-metragem. Cinco anos depois, realizou a sua primeira longa-metragem, Lola, considerada uma das suas obras-primas. Foi também a primeira vez que trabalhou com Michel Legrand, responsável pelos momentos musicais e decisivo colaborador nas suas obras seguintes. Seria três anos mais tarde, com o musical Os Chapéus de Chuva de Cherburgo (filme que lhe valeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes), que o estilo distinto de Demy se afirmaria em pleno, com cenários marcados pela combinação de pastéis com cores primárias vibrantes e com uma banda sonora hipnotizante e memorável, num mundo encantado e “em-cantado” (como lhe chamou o próprio Demy). A construção destes mundos encantados caracterizou os seus filmes seguintes, como As Donzelas de Rochefort (1968), outra das suas obras cimeiras, A Princesa com Pele de Burro (1970), O Tocador de Flauta (1972) e Um Quarto na Cidade (1982). Ao longo da carreira, a sua imaginação poética criou um universo próprio, situado entre o sonho e a realidade, com uma forte geografia afectiva marcada por encontros e desencontros, amor dado e negado, sonhos concretizados e sacrificados.
Jeanne Moreau, Claude Mann, Paul Guers, Henri Nassiet
Argumento: Jacques Demy
Direcção de Fotografia: Jean Rabier
Montagem: Anne-Marie Cotret
Produção: Paul-Edmond Decharme
Distribuição: Leopardo Filmes