A obra de Jacques Rozier, cineasta da vida e da liberdade, chega finalmente às salas portuguesas
Começa hoje o ciclo dedicado a Jacques Rozier. Último sobrevivente da Nouvelle Vague (faleceu em Maio de 2023, nove meses depois de Godard), dentro da qual era considerado um outsider, a sua obra é uma das mais singulares, mais livres e mais geniais do cinema francês, e é finalmente distribuída em Portugal.
Desentendimentos amorosos e desventuras cómicas compõem os Verões sem fim dos seus filmes, onde a excentricidade e a errância são as melhores respostas à melancolia do mundo. Filmando sempre com uma «liberdade livre», Rozier concebeu uma obra tingida de risco, desejo e fúria de viver. O acaso como estética e a improvisação como método compõem esta experiência poética.
O ciclo oferece a oportunidade de conhecer as cinco longas-metragens do realizador, de ADEUS PHILIPPINE («exemplo modelar de uma contagiante liberdade formal e narrativa», João Lopes, Diário de Notícias) a FIFI MARTINGALE, o seu último filme, passando por AS PRAIAS DE OROUET («filme de um psicadelismo natural», Luís Miguel Oliveira, Público), OS NÁUFRAGOS DA ILHA TORTUGA e MAINE OCÉAN, produzido por Paulo Branco com fotografia de Acácio de Almeida. E, ainda, o díptico de curtas-metragens realizadas durante as rodagens de O DESPREZO, de Jean-Luc Godard: PAPARAZZI e O PARTIDO DAS COISAS: BARDOT / GODARD.
Os filmes, inéditos comercialmente em Portugal, são agora estreados em cópias digitais restauradas. O ciclo arranja hoje no Cinema Nimas, em Lisboa, e no Teatro Campo Alegre, no Porto, e terá sessões no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra; no Cinema Charlot, em Setúbal; no Theatro Circo, em Braga; e no Centro de Artes e Espectáculos, na Figueira da Foz. Neste Verão, partam à descoberta deste território inconfundível, tão nostálgico quanto luminoso, com verdadeiras pérolas à espera de serem vistas.