A PEQUENA CRÓNICA DE ANA MADALENA BACH terá conversa com o pianista Nuno Vieira de Almeida

O filme retrata a vida e a música do compositor alemão Johann Sebastian Bach através do diário íntimo da sua segunda mulher, Ana Madalena. O filme recusa os métodos convencionais da reconstituição histórica no cinema: as partituras de Bach são executadas por músicos com som directo nos mesmos locais onde haviam sido originalmente tocadas. O próprio Bach é interpretado por Gustav Leonhardt, considerado uma das maiores autoridades da música clássica. A música é, assim, a verdadeira «matéria-prima» do filme.

Uma das primeiras colaborações da dupla Straub-Huillet, cuja filmografia já tem o lugar cimentado nos cânones da história do cinema, o filme demonstra a sua vontade de reflectir sobre a essência do cinema, sobre aquilo que faz a sua matéria – neste caso, a música.

Diz Jean-Marie Straub sobre o filme: «uma história de amor que não se parece a nenhuma outra: uma mulher que fala do seu marido, que amou até à morte. É isto, a história: nenhuma biografia pode ser feita sem um ponto de vista exterior e aqui este ponto de vista é a consciência de Ana Madalena Bach.»