Cinema Medeia Nimas - Lisboa

A propósito das celebrações dos 45 anos da estreia de Shining e dos 50 de Barry Lyndon, programamos um ciclo (praticamente) integral de Stanley Kubrick. São 12 obras-primas, realizadas entre a Europa e a América, ferozmente pessoais, onde “cada filme é um projecto diferente”. E se 2001 – Odisseia no Espaço, estreado em 1968, um ano de grandes rupturas, é, como afirma Enrico Ghezzi, “o filme que revela definitivamente ao público internacional um autor já apreciado pela crítica” e “possui características que permitem apresentá-lo como o principal signo de toda a obra do realizador, parecendo conter o seu cinema anterior e o posterior”, percorremos os seus “mitos maiores” (2001 mais do que ficção científica é uma “história mítica e mitológica”, Kubrick dixit; Lolita, o mito da pequena ninfa); a fábula (O Beijo Assassino); a ‘crónica’ histórica de Spartacus e em parte desse filme extraordinário que é Barry Lyndon; a consciência de que o supremo desastre sobre o qual se joga o futuro da humanidade é a estupidez, como tragédia em Horizontes de Glória ou Nascido para Matar, ou sátira como em Dr. Estranhoamor; até ao derradeiro Eyes Wide Shut, acabado a poucos meses da morte do cineasta, onde “volta a analisar o conflito incessante do ser humano entre o desejo de posse e o medo da perda”.